Segundo procurador, prestadora de serviço sacou R$
2 milhões em espécie às vésperas do segundo turno de 2014, quando ex-ministro
disputou governo do RN.
Por
G1 RN
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Ex-ministro Henrique Eduardo Alves, do PMDB, é preso pela PF em Natal |
O Ministério
Público Federal suspeita de compra de votos e apoio político por parte da
campanha do ex-ministro Henrique Eduardo Alves ao governo do Rio Grande do
Norte em 2014. Alves foi preso nesta terça-feira (6) na operação Manus, que
investiga o pagamento de propinas nas obras de construção da Arena das Dunas. O
ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Pinhais, na região metropolitana
de Curitiba, foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva. Os dois também
são alvos de mandados de
prisão em outra operação desta terça para apurar irregularidades nas
vices-presidências de Fundos e Loterias e de Pessoas Jurídicas da Caixa
Econômica Federal.
O advogado
Marcelo Leal, que defende Henrique Alves, disse ao G1 que tomou conhecimento da prisão pela imprensa.
"Até o momento, não sei de nada sobre o que levou a PF a prender Henrique.
Vou tomar pé da situação e depois me pronuncio", falou por telefone.
O advogado de
Eduardo Cunha negou qualquer ato ilícito. A Carioca Engenharia não vai se
manifestar. A Odebrecht, a OAS e a Andrade Gutierrez ainda não se pronunciaram.
O Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte e o
ex-presidente Paulo Roberto Alves ainda não se manifestaram.
Uma das
empresas que prestava serviços de campanha a Alves sacou R$ 2 milhões em
espécie às vésperas do segundo turno da eleição de 2014, "o que gerou a
suspeita concreta de que esses recursos possam ter sido utilizados para compra
de votos", segundo o procurador da República Rodrigo Telles.
Henrique Eduardo Alves
foi preso em casa, na Zona Leste de Natal, na manhã desta terça.
O ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Pinhais, na região metropolitana
de Curitiba, foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva na mesma
operação.
Arena
das Dunas
De acordo com o
MPF, a OAS teria pago propina a políticos do RN, inclusive Henrique Eduardo
Alves, para que eles agissem junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Norte para evitar que o financiamento da Arena das Dunas fosse
suspenso pelo BNDES. "O TCE solicitou à OAS os elementos necessários para
analisar se havia superfaturamento ou sobrepeso na obra da Arena das Dunas, mas
a OAS nunca apresentou esses elementos. Diante disso o TCE disse que não tinha
condições de dizer se havia ou não superfaturamento", explicou Rodrigo
Telles. Segundo o MPF, Henrique Eduardo Alves agiu junto ao TCE para resolver
esse impasse e impedir a suspensão do financiamento.
Os
investigadores ainda apuram se a suposta pressão de Henrique Alves surtiu
efeito, já que o repasse dos recursos do financiamento continuou e a obra foi
concluída.
Em 2016, dois
anos após a conlusão do estádio, um relatório do TCE
constatou sobrepreço e superfaturamento de R$ 77 milhões na
obra da Arena das Dunas.
O pagamento
dessa "troca de favores" a Henrique Eduardo Alves, como se refere o
MPF, era feito através de doações oficiais e não oficiais (caixa 2). Os
repasses feitos através de doações de campanha, oficiais e supostamente
lícitas, eram absorvidos por Alves por meio de empresas de fachadas que
simulavam prestação de serviços durante a campanha, segundo o MPF.
Nesta terça,
além de Henrique Alves, foi preso em Natal um dos sócios da empresa Prátika
Locação de Equipamentos que é suspeita de ter lavado R$ 9 milhões em favor de
Henrique Alves.
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